Obras-primas do D’Orsay e do L’Orangerie invadem São Paulo

Tem Van Gogh, Monet, Gauguin, Cézanne e outros grandes mestres da pintura pós-impressionista.

Não é preciso viajar a Paris para ver obras de Van Gogh, Gauguin, Cézanne e outros grandes mestres da pintura pós-impressionista. A partir do dia 4 de maio, 75 quadros vindos dos museus D’Orsay e L’Orangerie estarão em exposição gratuita no CCBB-SP.

Como de costume no museu, a interação do público também é parte da visitação. Roberta explica que, logo na entrada, haverá uma área onde o público poderá tirar “selfies”, mas não é só isso. “Tem uma instalação que apresenta o ciclo cromático, que eu acho que é bastante didática, que ensina o olhar, ensinar a ver”.

"Mulheres do Taiti", de Paul Gauguin

“Mulheres do Taiti”, de Paul Gauguin

Um fato curioso sobre a mostra é que o projeto expográfico, ou seja, o desenho do espaço onde as obras ficarão expostas, foi concebido pela brasileira Virginia Fienga, que trabalha no setor de arquitetura do D’Orsay e do L’Orangerie. A cor é o foco principal da mostra, dividida em quatro módulos, nos quatro andares do CCBB.

O primeiro, que tem como base os estudos sobre cores complementares do cientista Michel Eugene Chevreul, traz três obras de Van Gogh. “O Van Gogh que a gente está falando é de quando chega a Paris e vê a paleta de cores dos colegas”, comenta Roberta, sobre a influência que os artistas parisienses teriam nas pinturas de Van Gogh. “Então a gente vê uma obra como ‘A Italiana’, com cores muito intensas, e tem também um vaso de flores extraordinário”.
Com obras de Gauguin e Émile Bernard, o segundo módulo mostra pinturas com cores simbólicas e forte contorno nas silhuetas, retratando temas do campo e um universo poético.

O terceiro módulo tem como foco os nabis, ou os “profetas da nova arte”, que incluía Maurice Denis, Félix Vallotton, Vuillard e Maillol. “Os nabis são um grupo de artistas que vai um pouco para o campo, uma pintura simbolista, tem ligação com a pintura japonesa, tem uma coisa lírica, uma pintura contemplativa”, diz Roberta.

No quarto e último módulo, o público poderá ver cores tropicais de Cézanne, inspirado na Provence e em “pleníssima forma”, segundo Roberta, e de Gauguin, inspirado no Taiti, com o “quadro chave” da exposição, “Mulheres do Taiti”.

"A Italiana" (1887), de Vincent Van Gogh

“A Italiana” (1887), de Vincent Van Gogh

Apesar de pertencer ao impressionismo, Monet também aparece entre as obras. “Aqui a gente está falando de um Monet muito mais velho, com uma pintura mais solta, mais abstratizante, essa pintura é um marco de ligação das duas exposições”, conta a diretora, citando a mostra “Impressionismo: Paris e a Modernidade”, que esteve no museu em 2012.

Público no museu

Apesar do “bombardeamento” de informações e imagens, em um mundo cada mais vez mais digital, a diretora afirma que sempre existe espaço – e tempo – para uma visita ao museu. “A gente trabalha nisso, pois acredita que é transformador”, diz. “Existe espaço para parar, olhar, refletir. E tem outro tempo de reflexão que uma experiência como essa impõe, naturalmente”.

“Quem quer que vá, vai amar de primeira”, afirma a diretora, categórica. “Essa é uma exposição linda, dos grandes mestres da pintura, é praticamente impossível passar incólume por uma exposição dessas”.

Entrada gratuita e ferramentas de informação, como aplicativo, catálogo e monitores, ajudam a tornar mais acessíveis as obras clássicas, que seriam vistas apenas em território francês.

Para facilitar a entrada do público, o CCBB oferece agendamento virtual das visitas através do site Ingresso Rápido e pelo aplicativo do CCBB (disponível para Android e iOS). Assim, os visitantes poderão planejar o dia e horário do passeio e, principalmente, evitar filar.

Serviço

“O Triunfo da cor. O pós-impressionismo: obras-primas do Musée D’Orsay e do Musée de L’Orangerie”
Quando: De 4 de maio a 7 de julho de 2016
Visitação: Quarta-feira a segunda-feira, das 9h às 21h
Onde: CCBB- SP (Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo) – Rua Álvares Penteado, 112, centro, próximo ao metrô Sé
Agendamento online: opção de visitação com horário agendado pelo Ingresso Rápido, aplicativo “CCBB” (Apple Store e Google Play) e site bb.com.br/cultura, ou na bilheteria do CCBB, mediante disponibilidade
Mais informações: culturabancodobrasil.com.br

Roseane Aguirra – Do UOL, em São Paulo 29/04/2016 07h00

Paris Sempre Paris
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Meu nome é Rogerio Moreira, além de jornalista, sou publicitário e estudei em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história, acredito que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. Nesse blog, busco reunir e compartilhar curiosidades e histórias incomuns sobre Paris e a cultura francesa. Dessa forma pretendo mostrar o lado quase que desconhecido da cidade, fora dos roteiros turísticos tradicionais. Vamos comigo nessa viagem?

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