“A escultura Vitória de Samotracia, representada sob a forma de mulher alada e colocada sob a proa de um navio de guerra, foi criada para comemorar a vitória de uma batalha naval”.
A obra-prima, encontrada em 1863, foi criada por volta de 190 a.C e possui 3,28 metros de altura. Ela embeleza uma das entradas de um dos três pavilhões abertos à visitação pública do Museu do Louvre: o Sully. Juntamente com a Mona Lisa (no pavilhão Denon) e a Vênus de Milo (também no pavilhão Sully), ela é ponto obrigatório de visita para todo e qualquer turista que chega à capital francesa e cruza a Pirâmide de Vidro para conferir a maior coleção de obras de arte do planeta.
Mas, afinal, há muitos que se perguntam: quem foi Samotracia?
Conta a história que um ainda novato escultor grego, sem muita fama e com um currículo artístico minguado, teria sido o criador desta mulher alada, tida como “a beleza em velocidade”, uma obra-prima da época helenística. Para exaltar a originalidade de seu estilo e a imponência de sua forma, foi decidido que deveria ficar em um local que chamasse a atenção, preferencialmente bem no alto, no topo de algo, olhando para o mar aberto. E assim foi feito… A mulher alada foi colocada na proa de um navio, indicando a vitória de Rhodes sobre Antiochus III (222-187 a.C.). Esta era uma maneira comum dos gregos expressarem sua homenagem aos heróis de guerra.
A Vitória de Samotracia foi concebida através da união de seis blocos de mármore, uma tradição da escultura grega, que costumava utilizar diferentes pedaços de pedra para esculpir suas obras de arte. Depois de séculos, ela acabou sendo descoberta por Charles Champoiseau, arqueologista e cônsul francês em Adrianople, em uma colina na Ilha de Samotracia, daí a razão de seu nome. Destruída pela ação do tempo, o arqueologista a encontrou fragmentada em 118 pedaços.
A estátua só foi remontada no próprio Museu do Louvre, quando por lá aportou em 1864. No entanto, um dos mistérios que rodeiam Samotracia nunca foi solucionado: sua cabeça parece ter se perdido para sempre. Ainda nos dias atuais, ela é tida como uma das maiores expressões de arte da Era Helenística. Para refrescar a memória, a Era Helenística marcou a transição da civilização grega para a romana. Convencionou-se chamar de civilização helenística a que se desenvolveu fora da Grécia, sob a influência do espírito grego. Esse período histórico medeia entre 323 a.C., data da morte de Alexandre III (Alexandre, o Grande), e 30 a.C., quando se deu a conquista do Egito pelos romanos.