Hoje, com produção assinada pela empresa Fermob, a Cadeira Luxembourg reina triunfante no Jardim de Luxemburgo em Paris desde 1923. Seu design lendário por si só evoca o estilo de vida ao ar livre dos franceses. Conheça um pouco de sua história.
Nos diversos caminhos do parque ou à beira das fontes do Jardim de Luxemburgo, é quase impossível resistir às curvas acolhedoras da cadeira “Luxembourg”. Já na época em que foram lançadas, os parisienses incorporaram o hábito de passar alguns minutos nestes assentos confortáveis para deleitar-se com as lindas paisagens do local.
As primeiras cadeiras no Jardim de Luxemburgo foram instaladas em 1870 com um modelo um pouco diferente dos que temos hoje (foto abaixo).
Em 1923 criou-se um novo padrão para as cadeiras, que foram idealizadas e fabricadas inicialmente pelos “ateliers de la ville de Paris” (oficinas da cidade de Paris – uma espécie de autarquia da cidade), esta cadeira de cor verde suave, era ideal para o cenário bucólico do jardim. Além disso, apresentava uma particularidade em seu design: uma ligeira inclinação ao nível do encosto e um assento baixo. Um formato ideal para ler, cochilar ou ver a vida passar. Era praticamente um convite ao descanso no num dos parques mais bonitos da cidade e que, pouco a pouco, se tornou um dos ícones de Paris, tal como, as Colunas Morris ou as Fontes Wallace.
As cadeiras foram produzidas em três modelos: cadeiras sem braço, poltronas com braço e as poltronas mais alongadas e inclinadas. Por alguns centavos, podia-se alugar essas cadeiras por uma hora ou mais.
Quanto mais confortável o assento, maior o preço do aluguel. Desta forma, as poltronas alongadas e com braços eram ocupadas principalmente pelos mais ricos e as cadeiras acabaram sendo usadas, de certa forma, para exibir o status social dos frequentadores do jardim.
Nos anos 1960, a taxa era de 20 centavos por cadeira, 40 centavos por poltrona e 60 centavos pela poltrona inclinada. Até o início dos anos 1970 existiam as “chaisières”, uma profissão que se perdeu no tempo. Tratavam-se das mulheres encarregadas de recolher o pagamento das pessoas que alugavam as cadeiras. A cobrança foi extinta em 1974.
A partir dos anos 1990, a marca francesa de mobiliário de exterior Fermob assumiu a fabricação deste ícone do design urbano. No ano de 2004, a Fermob convidou o renomado designer francês Frédéric Sofia para uma renovação neste lendário modelo de cadeira para o lançamento de uma linha comercial do produto.
Novas peças passam a harmonizar com a cadeira, como mesas, aparadores, cadeiras infantis, etc. Houve inovação também no material e o alumínio passou a ser a matéria-prima principal, por ser mais leve, sem perder a robustez.
Em seu novo assento nota-se linhas mais curvas, proporcionando maior conforto. Outra mudança muito notada foi a troca da tonalidade da cor verde, que ficou com um pouco mais claro (verde cacto), além de novos tons como rosa, turquesa, berinjela e outras 20 cores. A pintura agora oferece maior resistência contra a chuva, o sol e a neve.
Desde 2004 esta famosa cadeira, que durante muito tempo foi um modelo único e impossível de se encontrar fora do Jardim do Luxemburgo, está acessível ao público em geral (a partir de 276 Euros, nas lojas da rede Fermob) e também em outros parques da cidade como o Jardin de Tuileries e Palais Royal, além de pontos bem conhecidos fora da França, como a Universidade de Harvard, nos USA, que optou por 600 cadeiras vermelhas e verdes em seu campus.
Em Paris a Fermob possui duas lojas e diversos pontos de venda de seus produtos.
E você? Conhece outra cidade do mundo em que é possível encontrar essas icônicas cadeiras?
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4 Comments
Rogério cada vez que leio seus artigos me vejo no local! Incrível! Incrível! Me sentei algumas vezes nessas cadeiras , mais não conhecia a história! Demais! Gratidão por compartilhar!
Muito obrigado Valéria! Sua opinião é muito importante para me ajudar a melhorar a cada dia! Gratidão!
Legal Rogerio! Desconhecia a história dessas cadeiras que vivo encontrado nas minhas visitas guiadas pela capital. Agora tenho mais segredos para contar. Te aguardo por aqui. Merci e um forte abraço!
Obrigado meu querido Tom Pavesi! Os Segredos de Paris parecem sem infinitos, não é mesmo?