Como jornalista que sou, sempre tive a curiosidade de saber como essa história de jornalismo teve início. Sem dúvida, o jornal impresso, sucesso até os dias atuais, teve importante papel na sociedade moderna. Vamos às informações que descobri:
O escritor Isaac Disraeli, pai de um grande primeiro ministro britânico da era vitoriana, traz luzes ao tema num livro de curiosidades de mais de 130 anos de existência.
Disraeli dá o crédito da inovação aos italianos de Veneza, no século XVI. O jornal era publicado pelo governo para manter os cidadãos a par dos acontecimentos. Era conhecido como “gazetta”, o nome de uma moeda barata local. O jornal, mensal, custava uma “gazetta”. Os primeiros jornalistas eram chamados, na Itália”, de “menanti”, uma derivação da palavra latina “minantis”, que significa “ameaçadores”.
A fama dos jornalistas vem de longe, como se vê.
Disraeli conta que, no Reino Unido, o primeiro jornal apareceu na época em que o país estava sob a ameaça da Armada da Espanha, em 1588. O nome era “Mercúrio Inglês”. Como no caso de Veneza, o “Mercúrio Inglês” foi obra do governo — o da rainha Elizabeth. O interesse era inflamar os ingleses contra os espanhóis. O jornal inventou coisas como a intenção da Espanha de matar a rainha. Também disse que os espanhóis levavam nos navios instrumentos de tortura para aplicar contra os ingleses. A palavra inglesa para jornal se transformou. Era, inicialmente, “news-book”, assim mesmo, com hífen. Depois, virou “newspaper”.
Os franceses contestam que foram os italianos que inventaram os jornais. Segundo eles, o primeiro jornal diário do mundo foi lançado por um médico francês, Théophraste Renaudot, em 30 de maio de 1631. Para entreter seus pacientes, entre os quais estava Luís XIII, ele colecionava histórias. Num determinado momento, percebeu que sua vida ficaria mais fácil se as imprimisse e distribuísse aos pacientes. Logo o jornal foi aberto para o público em geral. O nome — “La Gazette”, como os jornais de Veneza – sugere que os italianos chegaram antes que os franceses à constatação de que havia mercado para notícias. Mesmo com a morte de seu fundador (em 1653) o Jornal continuou a circular como órgão oficial do governo francês até 1762.
Inclusive existe na França, um museu em sua homenagem que vale a visita. Fica a uma hora de carro de Paris, numa cidadezinha chamada Loundun, cidade natal de Renaudot.(veja link no final deste texto).
No Brasil, apenas em 1808 surgiria o primeiro jornal, o “Correio Brasiliense”, impresso em Londres e distribuído na colônia por Hipólito José da Costa. Pouco depois, ainda em 1808, apareceria o primeiro jornal impresso no Brasil. O nome remetia aos venezianos: “Gazeta do Rio de Janeiro”.
Chegamos, como de hábito, tarde – mas nossos jornalistas rapidamente conquistariam a fama de “menanti” de seus colegas estrangeiros.
Site do Museu Renaudot: www.museerenaudot.com
Fontes de pesquisa: Wikipedia / Museu Renaudot / Site Diário do Centro do Mundo / Google Images / Site Paris.com