5 endereços que você precisa conhecer no Quartier Latin

O Quartier Latin (Bairro Latino) fica no 5º arrondissement e em parte do 6º bairro de Paris, na margem esquerda do Rio Sena, em torno da Universidade de Sorbonne. Famoso pelo ambiente alegre, cheio de bistrôs, jovens estudantes e por ter reunido muitos artistas e escritores em sua história.

O nome deriva da língua latina, que foi muito falada na Idade Média. Atualmente ainda abriga vários estabelecimentos de ensino superior, como a École Normale Supérieure, a École des Mines de Paris, entre outros.

As ruas ventiladas do Quartier Latin inspiram uma espécie de impressionismo do cotidiano e festejos noturnos. Conhecido por seu histórico de boemia, por lá você encontra viajantes, estudantes e filósofos da vida loucos por um restaurante étnico, uma conversa despretenciosa ou uma noite agitada. Ali, sebos e bares elegantes se aconchegam lado a lado, e geralmente servem de palco para discussões acadêmicas inflamadas. Definitivamente, o Quartier Latin não tem como ser ignorado por quem visita Paris a procura de cultura, gastronomia e diversão.

Origem do Quartier Latin

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A história do Quartier Latin de Paris começou na época da colonização romana. Os romanos construíram alí, um teatro, anfiteatro, fórum e estradas que cortavam a região. Entre estas construções também havia locais para banhos termais.

No Quartier Latin existem centenas de lugares formidáveis, cada um com sua característica, para diferentes bolsos, gostos, culturas, etc. O suficiente para você “flanar” por lá por vários dias. Selecionamos 5 endereços para quem já visitou Paris e ainda não teve a oportunidade de conhecer o bairro em detalhes. (eu mesmo, em minha primeira vez em Paris, visitei apenas as atrações mais famosas e só nas próximas vezes é que tive a oportunidade de conhecer os outros segredos da “cidade-luz”). Vamos lá:

1 – Sorbonne

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A Sorbonne foi fundada como colégio integrante da Universidade de Paris, em 1257, por Robert de Sorbón, capelão e confessor do rei São Luís, com a intenção de facilitar o ensino da teologia para estudantes pobres. Paris tornava-se então um centro cultural e científico na Europa, com mais de 20 000 estudantes. Três séculos depois, converteu-se em lugar privilegiado para a realização de debates teológicos e teve um papel importante nas querelas religiosas contra os jesuítas, no século XVI, e contra os jansenistas, no século XVII. Já no século XVI, por ser a faculdade mais importante, a Sorbonne era considerada como o núcleo principal da Universidade. Sorbonne e Universidade de Paris passaram a ser sinônimos. Em 1622, o cardeal de Richelieu, que havia sido aluno da Sorbonne em 1606-1607, torna-se o seu provedor e, em 1627, promove a renovação dos edifícios, além de construir a magnífica capela de Santa Úrsula. A localização atual data dessa época. Posteriormente, os edifícios construídos por Richelieu foram demolidos, com exceção da capela, onde está seu túmulo. A nova construção forma um retângulo de 21.000 metros quadrados, três vezes maior que a Sorbonne erguida pelo cardeal. Sob a Revolução Francesa, os prédios foram fechados aos estudantes, em 1791. Em 1794, a capela é transformada em templo da deusa da Razão. Napoleão Bonaparte transforma o local em ateliês de artistas. A partir de 1806, Napoleão reorganiza o sistema de ensino francês e cria em Paris as faculdades de Ciências, Letras, Teologia, Direito e Medicina. A Sorbonne torna-se sede das três primeiras bem como da reitoria da Academia de Paris. Atualmente, suas salas, reconstituídas em sua totalidade entre 1885 e1901, são destinadas sobretudo ao ensino de Humanidades – História, Geografia, Filosofia, Direito e Línguas. No século XV, o humanista português André de Gouveia ocupou o cargo de reitor da Universidade.
As visitas, de 1h30min. estão abertas à todos, de segunda à sexta e um sábado por mês, mas é necessário uma inscrição feita por email no endereço visites.sorbonne@ac-paris.fr. O texto deve mencionar os nomes das pessoas interessadas e as datas que estarão em Paris. Em seguida, o serviço de reservas comunicará o dia e a hora da visita.
Site Oficial: www.paris-sorbonne.fr

2 – Instituto do Mundo Árabe

Photographie de l'Institut du monde arabe à Paris, en 20

O Instituto do Mundo Árabe foi criado em 1980 pela França em conjunto com vinte nações árabes. Seu edifício, inaugurado em 1987 à beira do Sena, concilia modernidade com motivos tradicionais da cultura islâmica. A estrutura é toda de vidro e alumínio. Na face sul, 240 painéis abrem e fecham de acordo com a luminosidade externa graças a células fotoelétricas. O museu que ali funciona reúne um bom acervo de peças provenientes de diversos países árabes: objetos da Idade do Bronze, cerâmicas e mosaicos de escavações originárias da antiga Cartago (atual Tunísia), astrolábios usados na avançada astronomia árabe, artefatos de madeira, tecidos, cofres marchetados, vasos, objetos de arte, bijuterias, bronzes, moedas, peças de vidro e esculturas. Visitá-lo é uma boa oportunidade para conhecer um pouco da cultura islâmica, à qual se tem pouco acesso no Brasil. No Instituto fica o restaurante Ziryab, de comida árabe, claro, de onde se tem vista panorâmica das ilhas e da margem direita do Sena.
Site Oficial: www.imarabe.org/fr

3 – Arenas de Lutécia

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“Il n’est pas possible que Paris, la ville de l’avenir, renonce à la preuve vivante qu’elle a été la ville du passé”. (“Não é possível que Paris, a cidade do futuro, renuncie à prova viva de que foi a cidade do passado”). Assim começava a carta que Victor Hugo endereçou ao presidente do Conselho Municipal de Paris em 1883, em defesa do anfiteatro ameaçado de destruição, do qual uma parte já fora derrubada. A iniciativa do escritor surtiu resultado: o que restava das arenas foi preservado e classificado como monumento histórico. As Arenas de Lutécia, que remontam aos tempos do Império Romano, foram o maior anfiteatro da antiga Gália. Construídas entre os séculos I e II, com 130m de comprimento e 100m de largura, podiam receber mais de 15 mil pessoas. Pouco sobrou além de algumas ruínas e o lugar é hoje uma área de lazer onde crianças brincam e os mais velhos jogam boules (pelota basca).
Endereço: 49 Rue Monge, 75005

4 – Museu de Cluny

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O Museu de Cluny oficialmente chamado de Museu Nacional da Idade Média é um museu de Paris dedicado à preservação de um rico acervo de arte medieval.
O museu está instalado em dois edifícios históricos adjacentes: as Termas Galo-Romanas (séculos I-III d.C.) e a ala residencial dos monges de Cluny (século XV), chamada de Hôtel de Cluny. Sua coleção vem sendo reunida desde a formação do núcleo original de peças pertencentes ao colecionador Alexandre du Sommerard, que por algum tempo residiu no local. Desde sua fundação como museu em 1843 a coleção vem sendo ampliada, e hoje é capaz de formar um panorama abrangente de arte e história desde a Gália Romana até o século XVI.
As Termas Galo-Romanas são um dos mais importantes sítios arqueológicos romanos em solo francês, remanescentes de um tempo em que Paris, a antiga Lutécia, se desenvolvia em uma grande cidade, com imponentes monumentos e villas aristocráticas. Parte do edifício está em um estado bastante razoável de conservação em virtude de seu uso continuado ao longo de toda a Idade Média, servindo a diferentes usos após sua desativação como casa de banhos. Divide-se em três espaços principais: O antigo frigidário (anexado ao Hôtel), uma calda e um caldário, estes últimos em estado de ruína parcial, mantendo ainda as paredes e fragmentos decorativos como mosaicos.
Os espaços do Hôtel e das Termas estão integrados num percurso museal unificado, com cerca de 20 salas de exposição. O complexo é completado por um jardim de 5 mil m² que recria em uma interpretação livre o espírito dos jardins medievais.
Site Oficial: www.musee-moyenage.fr

5 – Shakespeare and Company

Confesso que fiquei com cara de bobo ao comprar meu primeiro livro neste verdadeiro templo de cultura.

Confesso que fiquei com cara de bobo ao comprar meu primeiro livro neste verdadeiro templo de cultura.

Na verdade esse é o nome de duas livrarias, sendo que cada uma é de uma época distinta. A primeira foi aberta por Sylvia Beach em 19 de novembro de 1919 no número 8 da rua Dupuytren e se mudou em 1922 para o número 12 da rua do Odeão. Durante a década de 1920, se tornou um ponto de encontro para escritores como Ezra Pound, Ernest Hemingway, James Joyce e Ford Madox Ford. Fechou em 1940 devido à ocupação nazista da França e nunca reabriu. A segunda livraria com esse nome (que funciona até os dias atuais) se localiza no número 37 da rua da Bûcherie, tendo sido aberta em 1951 por George Whitman com o nome de Le Mistral. Em 1964, a livraria foi renomeada Shakespeare and Company em homenagem à livraria original de Sylvia Beach. Hoje, funciona como livraria, sebo (alfarrabista) e biblioteca de leitura, sendo especializada em literatura de língua inglesa. É uma popular atração turística. Foi retratada no filme Meia Noite em Paris.
Site Oficial: www.shakespeareandcompany.com

Algumas distâncias do bairro (de metrô):
Aeroporto Charles-De-Gaulle: 40 min.
Aeroporto de Orly: 30 min.
Torre Eiffel: 15 min.

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Fontes de Pesquisa: Wikipedia / AirBnb / www.parisfranca.com.br / www.manualdoturista.com.br / Paris.fr /

Paris Sempre Paris
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Meu nome é Rogerio Moreira, além de jornalista, sou publicitário e estudei em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história, acredito que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. Nesse blog, busco reunir e compartilhar curiosidades e histórias incomuns sobre Paris e a cultura francesa. Dessa forma pretendo mostrar o lado quase que desconhecido da cidade, fora dos roteiros turísticos tradicionais. Vamos comigo nessa viagem?

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