A história do Rei da França assassinado nas ruas de Paris

Henrique IV de Bourbon (13 de Dezembro de 1553 – 14 de Maio de 1610), chamado o grande (Francês: le Grand), foi o primeiro rei da França pertencente à família dos Bourbons e também rei de Navarra com o nome de Henrique III. Filho de Antonio de Bourbon, duque de Vendôme e Joana III de Albret, Rainha de Navarra.

No dia 14 de maio de 1610, foi assassinado o fundador da dinastia dos Bourbon na França, conhecido até hoje como um rei muito ligado ao seu povo.

O nome do rei Henrique IV é lembrado até hoje em frente ao número 11 da Rue de la Ferronnerie, em Paris, onde foi posta, no chão, uma placa com uma flor-de-lis (veja imagem abaixo). Ela marca o lugar onde o monge fanático François Ravaillac assassinou o rei no dia 14 de maio de 1610. Revoltado com a promulgação do Edito de Nantes, que concedia liberdade religiosa aos protestantes franceses, o regicida esfaqueou o monarca em sua carruagem durante uma aparição pública em Paris.

Henrique IV é o fundador da dinastia dos Bourbon na França e conhecido como um rei afeito a prazeres, mas também como um soberano muito ligado a seu povo.

Até hoje, os franceses ainda gostam de citar uma frase sua: “Uma galinha em cada sopa”. Uma outra frase do rei mostra a outra face do seu poder: “Paris bem vale uma missa!”. Protestante, Henrique IV teve dificuldades para subir ao trono. Com o falecimento da sua mãe, a rainha de Navarra, em 1572, seguido da morte do seu irmão, em 1584, Henrique tornou-se o herdeiro legal do trono real.

Reconhecimento tardio

Mas ele era protestante e portanto a Santa Liga não o aceitava. Somente em 1589, após uma guerra impiedosa contra os representantes do catolicismo no próprio país, é que ele foi reconhecido por Henrique III como seu sucessor.
Contudo, a luta ainda não havia terminado. Durante nove anos, Henrique IV teve ainda de enfrentar a Liga em torno do duque de Mayenne e do velho cardeal de Bourbon. Seguiram-se batalhas e mais batalhas, mas Chartres e Noyon ofereceram enorme resistência.

Mas, de repente, a transformação: Henrique abdica das suas convicções religiosas. A vitória é muito importante. “Paris bem vale uma missa!” Henrique IV, o huguenote, transformou-se em Henrique IV, rei dos franceses, aderindo ao catolicismo numa missa solene em Paris.

Roma reagiu em 1595, quando o papa Clemente 8º revogou seu banimento da Igreja. Mas, no fundo, Henrique permaneceu mais protestante que católico. A ele interessava pelo menos uma convivência das religiões.

Tolerância religiosa

O Edito de Nantes, em abril de 1598, reconheceu a crença da minoria protestante, os huguenotes. Um edito que entrou para a história da tolerância na Europa. A partir de então, os huguenotes podiam praticar abertamente a sua religião, mas continuavam banidos do centro de Paris, num raio de cinco milhas.
Com o edito de tolerância, a paz interna também foi restaurada pouco a pouco. Henrique IV transformou-se uma vez mais: de senhor da guerra em um monarca sábio, com o objetivo de construir a França. Para os historiadores, o primeiro rei da dinastia dos Bourbon criou os fundamentos do Absolutismo.

Prosperidade

Estátua de Henrique IV na Ile de La Cité, pertinho da Pont Neuf. (foto Daniel Julie)

Apoiado pelo seu ministro de Estado Sully, um protestante, ele levou holandeses para a França, aproveitando os seus conhecimentos sobre proteção costeira e drenagem de pântanos. Da Itália, Henrique IV buscou tecelões e artesãos. Surgiram as obras mais importantes de tapeçaria e a fábrica de tapetes de Savonnerie.

O crescente bem-estar dos franceses foi assegurado através de acordos de comércio com as cidades da Liga Hanseática, com a Inglaterra, a Espanha e até mesmo com a Turquia. Um bem-estar que beneficiava todo o povo, que amava o rei. Como ele próprio dissera: “Uma galinha para cada sopa!”.

Henrique IV não era um intelectual. Mas apreciava a literatura, as artes e também – as mulheres. Dele originou-se tudo aquilo que se tornaria mais óbvio nos seus filhos e herdeiros. A suntuosidade e a ostentação da dinastia real francesa, a dinastia dos Bourbon, que foi levada por ele ao trono e que atingiu o seu apogeu na pessoa de Luís XIV, o “Rei Sol”.

Para saber mais

Assista ao trailer de “Henrique IV” (2010) o filme que conta a história deste que é considerado o melhor rei que a França já teve.

Fontes pesquisadas: Wikipedia / Portal Terra / France.fr

Paris Sempre Paris
Paris Sempre Paris
Meu nome é Rogerio Moreira, além de jornalista, sou publicitário e estudei em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história, acredito que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. Nesse blog, busco reunir e compartilhar curiosidades e histórias incomuns sobre Paris e a cultura francesa. Dessa forma pretendo mostrar o lado quase que desconhecido da cidade, fora dos roteiros turísticos tradicionais. Vamos comigo nessa viagem?

1 Comment

  1. Avatar Anónimo disse:

    Henry IV não é iniciador da casa de Bourbon e trago teste de ADN

    No paternal relationship was found between the living DNA donors and the donors of the blood sample of Louis XVI or the head of Henri IV. First, the Y-chr of the donor of the blood sample belongs to haplogroup G(xG1,G2) while the living Bourbon members belong to R-Z381*.

    References
    Stone AC, Starrs JE, Stoneking M. Mitochondrial DNA analysis of the presumptive remains of Jesse James. J Forensic Sci. 2001;46:173–176. [PubMed] [Google Scholar]
    Jehaes E, Pfeiffer H, Toprak K, et al. Mitochondrial DNA analysis of the putative heart of Louis XVII, son of Louis XVI and Marie-Antoinette. Eur J Human Genet. 2001;9:185–190. [PubMed] [Google Scholar]

    O iniciador da casa de Bourbon, foi Sultão Solimanus em 1522 pai de Jacques de Bourbon e tenho tudo em latim

    ceterum a religione, quam a tua . A.C.1522. diversam profiteor , difcedere, impieta tis, & ignáviæ foret, quæ nullam excufationem mereretur. Unde nil amplius a te, Princeps potentissime, exoro, quam ut tạis Ministris injungere velis, ne discessus meus, meorumque navigatio ullatenus turbetur. Id lubenterpre.cibus tanti Viri datum, cui etiam Solimanus manum fuam deofculandam porrexit.

    S. XXIV. Magnus Magister in fuo Palatio a Turcarum Imperatore in . Salutatus. Fac. de Riduo post, nimirum in ipfo Nativita Bourbon. D tis Christi Salvatoris fefto vigefima hin. du Siege de Rhodas quinta veces quinta Decembris die Solimanus urp. 682. bem, quam recens fuo imperio subjecerat, poflidendam ingreffus eft, ipfumque Magistrum, qui suum adhuc palatium incoluerat, invisit, multisque honorum significationibus cumulatum etiam Patrem fuum appellavit, hortatusque est, ne tristitia sese opprimi pateretur, fed invicto animo adverfde fortis invidiam toleraret.

    Até tenho provas da Genetica desse Sultão Solimanus com o mesmo ADN que os actuais Bourbons, isto é formidável descobre se tudo da grande mentira. Existe tanta informação, os bourbons e orleans já não enganam ninguem

    João

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *