Arena de Lutécia – A história dos Romanos em Paris

O ano é 52 a.C, quase toda a Gália (região onde se encontra a França moderna) foi transformada em província romana. Às margens do Sena existia uma cidade, Lutécia, onde viviam os Parisii, uma tribo gaulesa. Tudo ia bem, até que Vercingétorix, um chefe gaulês da tribo dos Arvernos, inicia uma rebelião contra o domínio romano, dando início às famosas Guerras da Gália descritas por Júlio César. Azar dos Parisii, que tomam parte na rebelião e, por isso, sua cidade é destruída, e a tribo, quase exterminada. Após o fim da rebelião, Júlio César resolve reconstruir Lutécia.

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Porém, o general romano escolhe outro local, mais estratégico, mais fácil de defender. Os romanos ocupam uma ilha no Sena, não muito longe do local original da antiga Lutécia. As tribos da região, entre eles os Parisii sobreviventes, são encorajados a viver nessa cidade. Com o tempo a cidade cresce e ganha importância. Os séculos passam e ninguém mais se lembra de seu nome. Lutécia ficou no passado, agora essa é a “civitas parisiorum”, a cidade dos Parisii.

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Esta Arena Lutécia foi construída pelos romanos e teve seu auge no II século DC e apresenta, ainda hoje, um bom estado de conservação, permitindo imaginarmos as lutas de gladiadores, os combates com feras e as representações de dramas e comedias que lá se realizaram.

A arena foi abandonada por volta de 280 DC depois de invasões de tribos vizinhas e utilizada para outros fins.

Obras na Rue Monge, em 1869

Obras na Rue Monge, em 1869

Por volta de 1869, nas obras para abertura da Rue Monge, os primeiros vestígios foram descobertos. Mas a prefeitura de Paris não se impressionou com o achado e ordenou a continuidade das obras. Seria o fim da arena? Sim, se não fosse por Victor Hugo. Graças à intervenção do escritor, demonstrando a importância de se preservar esses vestígios da história de Paris, o espaço foi preservado, tornando-se patrimônio francês. Escavações posteriores revelaram mais vestígios, deixando o espaço com a configuração atual.

Curiosidade

Quer aproveitar as vizinhanças, então dê uma chegada a pé na rue Cardinal dês Limoines, 74 e veja a casa onde Hemingway morou pela primeira vez em Paris com sua primeira mulher Elizabeth Hadley Richardson, durante os anos de 1922 e 23, na temporada das vacas magras. Já que você chegou aqui, ande mais alguns metros e aproveite os restaurantes e cafés da Place de La Contrescarpe para uma bebida, forrar o estomago ou tomar um café.

Arena de Lutécia: Entrada pela Rue Monge, 49, Rue de Navarre, altura do nº 7 e Rue des Arènes nº 6. As estações de metrô mais próximas são a Place Monge (linha 7) e Cardinal Lemoine (linha 10) e a visita é gratuita.

Fontes: Wikipedia / Paris.com / Blog Comovaiparis.com.br / Blog Viajenahistoria.com.br / Fotos Google Search

Paris Sempre Paris
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Meu nome é Rogerio Moreira, além de jornalista, sou publicitário e estudei em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história, acredito que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. Nesse blog, busco reunir e compartilhar curiosidades e histórias incomuns sobre Paris e a cultura francesa. Dessa forma pretendo mostrar o lado quase que desconhecido da cidade, fora dos roteiros turísticos tradicionais. Vamos comigo nessa viagem?

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