Hoje na História: 1944 – Paris é libertada dos nazistas na Segunda Guerra

 

Em 25 de agosto de 1944, após mais de quatro anos de ocupação nazista, Paris foi libertada pela 2ª Divisão Blindada francesa e pela 4ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos.

O general Leclerc recebeu em Paris, diante da estação de trem de Montparnasse, a rendição das tropas alemãs. Desembarcado na Normandia, no comando da 2ª Divisão Blindada, dois meses antes, ele foi o primeiro francês da resistência a entrar na capital pela Porta de Orléans. O general Von Choltitz, comandante das tropas alemãs, havia empreendido duas semanas antes a evacuação da cidade na previsão da chegada dos Aliados. No dia seguinte, o general De Gaulle se instalou no Ministério da Guerra na qualidade de chefe do governo provisório.

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A resistência alemã liderada pelo o general Dietrich von Choltitz (um apaixonado pela arte) ignorou uma ordem expressa de Hitler para que ele explodisse os marcos históricos de Paris e destruísse a cidade pelo fogo. Choltitz assinou a rendição formal na tarde daquele dia e em 26 de agosto, Charles De Gaulle, o comandante dos Franceses Livres, liderou uma animada marcha de libertação ao longo da avenida Champs Elysées com a participação popular.

Paris havia caído diante da Alemanha nazista em 14 de junho de 1940, um mês após a Wehrmacht ter invadido a França. Oito dias depois a França assinou um armistício com os alemães e uma nova capital francesa foi declarada: Vichy (que era submetida às ordens dos alemães). O general De Gaulle e os Franceses Livres, no entanto, continuaram resistindo e a Resistência se espalhou na França ocupada para enfrentar o governo nazista e o de Vichy.

A 2ª Divisão Blindada francesa havia sido formada em Londres no final de 1943 com o propósito expresso de liderar a libertação de Paris durante a invasão aliada da França. Em agosto de 1944, a divisão chegou à Normandia sob o comando do general Jacques-Philippe Leclerc e subordinada ao 3º Exército norte-americano sob o comando do general George Patton. Em 18 de agosto, as forças aliadas já se aproximavam de Paris. Os trabalhadores na cidade entraram em greve enquanto os combatentes disfarçados da Resistência emergiam de seus esconderijos e começaram a atacar as forças e as fortificações alemãs.

Em 21 de agosto, Eisenhower encontra-se com De Gaulle e conta-lhe de seus planos de evitar entrar em Paris. De Gaulle o convence a reconsiderar a decisão, assegurando-lhe que Paris poderia ser tomada sem maiores dificuldades. O general francês inclusive alertou-o de que a poderosa facção comunista da Resistência poderia ser bem-sucedida em libertar Paris, ameaçando, dessa forma, o estabelecimento de um governo democrático. De Gaulle polidamente adiantou a Eisenhower que se não desse ordem de avançar sobre Paris, a 2ª Divisão do general Leclerc o faria por sua conta.

Em 22 de agosto, Eisenhower concorda em proceder à libertação de Paris. No dia seguinte, a 2ª Divisão avançou sobre a cidade pelo norte e a 4ª Divisão de Infantaria norte-americana pelo sul.

Hesitação de Choltitz

Enquanto isso, em Paris, as forças do general Dietrich von Choltitz combatiam a Resistência e completavam suas defesas em torno da cidade. Hitler ordenou que Paris fosse defendida até o ultimo homem e exigiu que a cidade não caísse nas mãos dos Aliados a não ser uma “cidade completamente devastada e em ruínas”. Choltitz, consciente de seus deveres, começou a instalar explosivos sob as pontes de Paris e em muitos de seus marcos, mas desobedeceu a ordem de começar a destruição. Não queria entrar para a História como o homem que destruiu a cidade mais celebrada da Europa.

General de Gaulle caminha em Paris após a libertação da cidade francesa

General de Gaulle caminha em Paris após a libertação da cidade francesa

A 2ª Divisão Blindada avançou debaixo de nutrida artilharia inimiga, sofrendo pesadas baixas, mas em 24 de agosto conseguiu atravessar o rio Sena e alcançar os subúrbios de Paris. Ali, os soldados foram saudados entusiasticamente pelos habitantes que deles se acercavam lançando flores, dando beijos e ofertando vinho. No fim da tarde daquele dia, Leclerc tomou conhecimento de que a 4ª Divisão de Infantaria norte-americana decidiu adiantar-se a ele na tomada de Paris. Ordenou então às suas exaustas tropas que marchassem num redobrado esforço. Pouco antes da meia-noite de 24 de agosto. Leclerc chega ao Hôtel de Ville no coração de Paris.

A resistência alemã foi quebrada durante a noite. Mais de 20 mil soldados renderam-se ou fugiram e os que se dispuseram a lutar foram prontamente combatidos. Na manhã de 25 de agosto, a 2ª Divisão já dominava claramente a metade ocidental de Paris enquanto a 4ª Divisão de Infantaria fazia o mesmo na região oriental. Paris estava libertada.

No começo da tarde, Choltitz foi preso em seu quartel-general pelas tropas francesas. Logo depois, assinou a capitulação, cedendo o controle da cidade ao governo provisório de De Gaulle. Ele próprio chegaria à cidade mais tarde quando a noite caia. Em 26 de agosto, De Gaulle e Leclerc comandariam uma marcha triunfal de libertação pela avenida Champs Elysees.

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De Gaulle encabeçou dois sucessivos governos provisórios até 1946, quando renunciou por desacordos constitucionais. De 1958 a 1969, serviu como presidente francês sob a chamada Quinta República.

Fonte: www.operamundi.uol.com.br / Max Altman / Fotos: Wikicommons

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Meu nome é Rogerio Moreira, além de jornalista, sou publicitário e estudei em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história, acredito que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. Nesse blog, busco reunir e compartilhar curiosidades e histórias incomuns sobre Paris e a cultura francesa. Dessa forma pretendo mostrar o lado quase que desconhecido da cidade, fora dos roteiros turísticos tradicionais. Vamos comigo nessa viagem?

1 Comment

  1. Avatar Paulo Sérgio Pecchio disse:

    Um dos maiores berços da civilização ocidental, a França, teve com a libertação de Paris um marco na vitória aliada contra o pérfido nazismo. Mas justiça se faça, só foi possível com a decisiva participação do Exército americano, que junto com os ingleses e canadenses lideraram a conquista e a libertação da Europa ocidental. Já os russos, na realidade os grandes vencedores da II Guerra Mundial, conquistaram mas não libertaram a Europa Oriental, que apenas mudou de mãos, da tirania nazista para a comunista, o que perdurou até o final do século XX, com a queda da antiga URSS. Mas voltando a libertação da França, como disse o grande General Patton, do III Exército Blindado dos EUA, De Gaulle “libertou” Paris com a cortesia do Exército dos EUA. E a respeito da desonrosa derrota da França no início da guerra, que foi ocupada pelo exército alemão quase que sem luta, Patton declarou em tom irônico : “Da próxima vez que Vs. entrarem em guerra, nos avisem antes, que viremos aqui tirar Vs. da confusão e salvar suas reputações…”. E, a propósito da famosa frase atribuída a De Gaulle, de que “o Brasil não é um país sério…”, ela nunca existiu.

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